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CoQ10 E PREVENÇAO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

CoQ10 E PREVENÇAO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES<
12/07/2021

COENZIMA Q10 E SUA POTÊNCIA BIOENERGÉTICA

A coenzima Q10 (ubiquinona) é uma coenzima mitocondrial essencial para a produção de ATP (adenosina trifosfato, uma molécula indispensável que garante a liberação de energia para as células dos seres vivos). Estando no centro dos processos de energia celular, assume importância em células com necessidades energéticas elevadas, como as células cardíacas, que são extremamente sensíveis à deficiência de CoQ10 produzida por doenças cardíacas. A CoQ10 tem, portanto, um papel potencial na prevenção e tratamento de doenças cardíacas, melhorando a bioenergética celular. Além disso, tem um efeito antioxidante, eliminador de radicais livres e vasodilatador que pode ser útil nessas condições

O composto é sintetizado pelas células humanas, mas também pode ser obtido a partir da dieta. Carne vermelha, de ave e peixe são fontes ricas em CoQ10. Pequenas quantidades são encontradas nos produtos lácteos, cereais, ovos, frutos secos como as nozes e nos vegetais, principalmente espinafre e brócolis (Tabela 1). Ao contrário de outros antioxidantes lipofílicos, a síntese endógena, assim como a ingestão na dieta, contribuem para as concentrações de CoQ10 no organismo.

 

Tabela 1 – Concentração de CoQ10 (µg/100g de peso úmido) nos alimentos.

AÇÃO ANTIOXIDANTE DA COENZIMA Q10

Devido a sua capacidade de atuar como antioxidante, o interesse pela CoQ10 vem aumentando muito, apresentando uma elevada eficácia, visto que se encontra abundantemente distribuída pelo organismo e tem a aptidão de se reduzir ou reativar-se quando necessário. Na sua forma reduzida, ela é um poderoso antioxidante que previne danos oxidativos causados pelos radicais livres.

Inclusive estudos recentes demonstraram a relevância da CoQ10 na resistência do DNA aos danos oxidativos. Após o seu uso os linfócitos do sangue periférico de indivíduos portadores de doenças mitocondriais apresentaram uma significativa redução das quebras de fita simples e duplas do DNA.

Firura 1- Os três estados oxidativos da CoQ10; A forma reduzida do Ubiquinol (CoQ10H2); A radical intermediária semiquinona (CooQ10H); E a forma Ubiquinol totalmente oxidada (CoQ10).

 

 

EFEITOS CARDIOVASCULARES DA COQ10

Estudos mostraram que a suplementação oral com CoQ10 pode aumentar níveis teciduais deste nutriente, havendo associação com redução do risco de mortalidade por doença cardiovascular em idosos, assim como reduzir também o risco de mortalidade em pacientes com diabetes tipo II, doença renal crônica ou hepática, seja por efeitos no processo primário da doença ou na disfunção cardiovascular secundária .

Os efeitos cardiovasculares da CoQ10 estão relacionados a sua relação na síntese bioenergética, com capacidade de antagonizar a oxidação de lipoproteína de baixa densidade e relacionada a melhora da função endotelial.

Além das funções do COQ10 mencionadas anteriormente, uma das ações do COQ10 na insuficiência cardíaca  é a inotrópica. Ele melhora o débito cardíaco pelo aumento da força contrátil do coração. Supõe-se que CoQ10 melhora a utilização de oxigênio a nível celular.

Seu uso em doenças neurodegenerativas se aplica devido a presença comum e característica de estresse oxidativo e danos e disfunção da cadeia respiratória mitocondrial neste grupo de patologias.

Os níveis de Coenzima Q10 encontram-se baixos nos indivíduos com enfarte agudo do miocárdio comparativamente aos níveis encontrados nos controlos normais. Este facto sugere que existe uma deficiência da Coenzima Q10 , esta situação e que isso poderá ser devido à reduzida ingestão deste composto.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A administração oral de CoQ10 geralmente é bem tolerada, sem efeitos adversos graves detectados no uso de longo prazo. Raramente alguns indivíduos podem apresentar efeitos gastrointestinais como dor abdominal, vômitos e náuseas. Não há efeitos colaterais tóxicos conhecidos ou relatos de superdosagem. A segurança do uso da CoQ10 foi confirmada em centenas de ensaios clínicos randomizados, em uma ampla gama de distúrbios, incluindo doenças cardiovasculares, doenças de Parkinson e doenças mitocôndria.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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