O carboidrato é uma importante fonte de energia e o seu consumo prévio ao exercício de forma adequada auxilia na manutenção da glicemia e minimização da depleção de glicogênio, evitando a queda do rendimento antes, durante e após o treino.
Os CHO, também conhecidos como hidratos de carbono ou glicídios, são moléculas formadas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio associados. A maior parte dos CHO é de origem vegetal e tem função principalmente energética, mas também apresentam funções estruturais, como participação na estrutura dos cromossomos e genes. Este nutriente é um importante substrato energético para a contração muscular durante o exercício prolongado realizado sob intensidade moderada e em exercícios de alta intensidade e curta duração. Constituem um valioso substrato energético, mas a capacidade de estoca-lo é limitada, fazendo-se necessária a busca por estratégias de economia e armazenamento de energia na forma de carboidrato.
As estratégias nutricionais utilizando o consumo de uma refeição rica em CHO pré-exercício elevam as reservas de glicogênio, tanto muscular quanto hepático, enquanto a ingestão de CHO durante o exercício auxilia na manutenção da glicemia e na oxidação desses substratos. No período pós-exercício, a ingestão de CHO tem por objetivo repor os estoques depletados e garantir padrão anabólico.
A capacidade do fígado, principal reservatório de CHO, em armazenar glicogênio é de cerca de 100g/dia em adultos. Por outro lado, as reservas de lipídios em nosso organismo são inúmeras vezes superiores aquelas de CHO, o que aumenta a disponibilidade de glicose para outros tecidos (sistema nervoso, sanguíneo e imunológico), os quais são essencialmente mantidos a custa desse substrato. A importância fisiológica desse mecanismo, o ciclo glicoseácido graxo, portanto, consiste não somente no aumento do fornecimento de energia aos tecidos, mas principalmente na economia da utilização dos estoques limitados de glicose.
Figura 1. Efeito da intensidade de exercício no consumo de glicose e ácidos graxos. Os valores são relativos da cinética de consumo de glicose e ácidos graxos pelo músculo esquelético durante contrações.
O metabolismo de carboidratos (CHO) tem função crucial no suprimento energético para atividade física e para o exercício físico . A contribuição relativa deste substrato energético depende da intensidade e da duração do exercício. Em exercícios de alta intensidade, a maior contribuição energética é proveniente da degradação dos CHO2 , os quais se tornam disponíveis para o organismo por meio da dieta e são estocados como glicogênio muscular e hepático, e sua falta pode levar a fadiga . A fadiga que ocorre em exercícios físicos prolongados e de alta intensidade está associada, em boa parte, com baixas reservas e depleção de glicogênio, hipoglicemia e desidratação.
O consumo de pequenas quantidades de CHO pode melhorar o rendimento durante exercícios de alta intensidade (acima de 75% do VO2 máx) realizados entre 45 e 60 minutos. A literatura sugere que o mecanismo responsável por tais propriedades ergogênicas da ingestão de CHO durante o exercício intenso e de curta duração estaria associado ao sistema nervoso central.
Para favorecer a rápida reposição de glicogênio pós-exercício, devem ser fornecidas grandes quantidades de CHO exógenos (1,2g/kg PC/h) durante a fase aguda da recuperação do exercício exaustivo. Por exemplo, descobriram uma melhora no desempenho físico e no humor de corredores que receberam uma dieta contendo 8,5g/kg PC de CHO, em comparação com uma dieta com 5,5g/kg PC de CHO, durante um período de 11 dias de treinamento intenso.
Em exercícios de força, o treinamento físico associado ao uso de dietas hiperglicídicas pode proporcionar um aumento nas reservas de glicogênio muscular, acentuando o processo de hipertrofia. Há muitos anos já se sabe que os efeitos metabólicos e ergogênicos alcançados pelo consumo de CHO antes, durante e após o exercício físico mereciam especial atenção quanto à melhoria do desempenho físico. Os tipos de carboidratos e suas características específicas, como a velocidade de oxidação, encontram-se na tabela 2.
Tabela 2. Características específicas dos CHO.
Conclui-se que a suplementação de CHO possivelmente atenuou a supressão do eixo hipotálamo-hipófise gonadal, resultando em menos estresse catabólico, e, assim, melhorou o desempenho da execução. O estudo enfatizou a necessidade de suplementação com CHO em atletas de alto rendimento durante treinos intervalados de alta intensidade, tanto em treinos longos como em treinos com menos de 1 hora de duração. Além disso, os autores reforçaram a necessidade de nutricionistas em equipes esportivas para orientar sobre dieta e a importância do consumo adequado de CHO na melhora do desempenho, o que ainda é negligenciado por alguns atletas.
A maioria dos estudos aponta para melhora de rendimento em esporte de alta intensidade com a suplementação de CHO pré, durante e pós exercício. O bochecho com soluções contendo CHO parece ter um efeito positivo no rendimento de esporte de alta intensidade de duração entre 30 e 60 minutos além de evitar certos desconfortos gastrointestinais causados pelo consumo oral de CHO.