A Medicina Integrativa é compreendida por ser uma abordagem médica orientada para a cura em seus mais amplos significados, tendo sempre como foco a integração do paciente como um todo – biológico, psicológico e social. Esta é uma estratégia para tornar possível uma Medicina de ponta, sobretudo, diferenciada e humanizada que preza pelo bom relacionamento entre o médico e o paciente. Ao contrário do que muitos pensam, a Medicina Integrativa não é sinônimo de Medicina Alternativa ou Complementar, pois ela não rejeita a Medicina Convencional e tampouco aceita tratamentos complementares sem um olhar crítico. Entre as suas diretrizes, destacamos:
A reflexão acerca da palavra autocuidado diz muito sobre a Medicina Integrativa, esta tem como significado “trazer um cuidado para si próprio”- parece óbvio, mas não é uma tarefa fácil! Somos seres integrados e o autocuidado nos remete a um sentido ampliado da vida, na qual o simples descuido em algum dos vetores de saúde pode desequilibrar os nossos sistemas orgânicos.
Nesta abordagem valorizamos o sincronismo entre o eixo psico-neuro-endócrino-imunológico, ou seja as conexões entre os sistemas psíquico, neurológico, endócrino e imunológico. Contamos com uma importante interação interdisciplinar tanto para as especialidades médicas, quanto para os demais profissionais da área da saúde. Quando dissertamos acerca da interdisciplinaridade estamos reverenciando mais do que uma ciência, falamos sobre o comportamento humano.
Somos a prova viva que no decorrer dos anos a curiosidade do homem e a tecnologia vieram para transcender nossas limitações, e isso faz jus ao atual modelo educacional do país, inclusive médico. Do mesmo modo que a disciplina pode nos torna sábios, ela também poderá nos tornar ignorantes, isso porque tem o potencial de nos capacitar como ultra especialistas e ao mesmo tempo distanciar alguns princípios básicos de formação. Por exemplo: o modelo médico ortodoxo necessita de especialistas, entretanto não podemos ignorar alguns fundamentos básicos, como a escuta sensível, uma boa anamnese, bem como a relação entre o médico e o paciente. Aqui exemplificamos que a Medicina Integrativa resgata os princípios da interdisciplinaridade.
É possível identificarmos incontáveis estressores físicos e psicossociais que permeiam o nosso dia a dia. As situações que enfrentamos diariamente, sejam elas no trabalho, em casa ou na faculdade permitem que façamos escolhas e decisões a todo instante. Estas escolhas transforma-se em conexões que podem repercutir positiva ou negativamente nas nossas vidas. O cerne da questão é que a nossa capacidade em gerencia-las necessita de amadurecimento e perfeito equilíbrio. Na abordagem integrativa por exemplo, valorizamos este sincronismo entre os eixos psico-neuro-endócino-imunológico, ou seja as conexões entre os sistemas psíquico, neurológico, endócrino e imunológico. As conexões entre o sistema nervoso central e as glândulas endócrinas são componentes primários de resposta ao estresse, um exemplo clássico desta interação se dá pela liberação do cortisol pelas adrenais, das catecolaminas a partir da medula adrenal e da norepinefrina a partir dos terminais nervosos.
O conceito de equilíbrio entre estes importantes sistemas pode ser induzido pelos diversificados estímulos, dentre eles o estresse. Frente a um estimulo estressor o sistema imunológico produz incontáveis citocinas (mensageiros químicos imprescindíveis para mediar as respostas inflamatórias). Percebemos que qualquer interrupção nessa alça regulatória desempenha um papel importante na susceptibilidade e gênese das doenças auto-imunes, inflamatórias, infecciosas, psíquicas e alérgicas. Conforme tomamos conhecimento acerca destes mediadores envolvidos neste processo, as estratégias intervencionistas e preventivas tornam-se concretas e de fácil manipulação.
O estresse psicossocial leva ao estresse oxidativo celular e à liberação de diversos mediadores químicos que também contribuem para as enfermidades. Os pensamentos negativos, por exemplo, têm grande influência nesta cascata, por isso, o manejo do estresse e as variadas terapia corpo e mente (Mindfulness, Ioga, Meditação, Tai Chi Chuan, Acupuntura, etc) de fato agregam valores na atenuação das patologias. Em rápida ascensão, no mundo a Medicina Integrativa vem sendo encarada com seriedade por todos os especialistas.
Um dos principais motivos para sua ligeira ascensão é a consciência de que a sua prática reduz os custos e promove saúde através de três maneiras:
Pode-se dizer que as doenças psicossomáticas se caracterizam por apresentarem sintomatologia clinica idênticas das doenças orgânicas. Contudo, estas carecem de comprovação diagnóstica por meio de exames complementares. As doenças psicossomáticas surgem a partir da influência de componentes psíquicos ou emocionais, tais como sentimentos de mágoa, rancor, frustrações, inveja, insegurança, ansiedade , depressão e medo. Com a abordagem da Medicina Integrativa o médico necessita levar em consideração todos os fatores externos capazes de contribuir para estes sentimentos e por conseguinte levar a gênese de outras doenças que podem manifestar-se nos diversos sistemas do corpo humano. Clinicamente, as doenças com componente psicossomático apresentam sintomatologia capazes de se manifestar sob diversas formas: